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Nada é o que parece ser?

28 de janeiro de 2023

Montagem de imagens em divulgação com a tecnologia Metaverso

Na busca por interação entre consumidores e produtos de Moda na atualidade em que vivemos, surge um projeto de realidade aumentada com a intenção de compartilhar criações e demais experiências dentro de um espaço coletivo e virtual. Este é o momento de maior interação entre os universos físico e digital. E esta modalidade recebeu o nome de “Metaverso”.

O termo Metaverso pode ser creditado à Neal-Stephenson, um escritor norte-americano em seu livro Snow Crash, de 1992, para uma novela, onde descrevia um espaço virtual próximo a realidade.

Muito já se fala sobre esta novidade virtual vivenciada por algumas marcas do varejo de moda, como as lojas Renner, as marcas Reserva e Aramis no Brasil, dentre outras grifes internacionais de luxo como Gucci, Fendi e Chilli Beans, por exemplo.

Anterior ao boom do Metaverso, um conceito chamado Phygital já era alvo de ensaios nas feiras de tecnologias onde a interação do físico (physical) e o digital foram vinculados e difundidos também no universo fashion, e mais intensificados junto de nós, no período de pandemia.

Assim, novos modelos de negócios foram repensados para o digital. Desfiles de moda em formato 3D, assistidos por óculos de realidade virtual já fazem parte desta realidade, embora eu sinta falta da presença do corpo físico que a veste, é uma experiência interessante para se vivenciar.

Acreditasse que este pode ser mais um dos caminhos onde a sustentabilidade estará presente na Moda, pois minimiza a necessidade em confeccionar grandes coleções, fora o gasto dispensado para a logística normal de um desfile de moda. Mas, esta realidade não para por ai.

Nessa vibe de realidades e universos paralelos a grife de luxo Schiaparelli causou polemicas em seu mais recente desfile na 1ª Semana de Alta Costura em Paris de 2023, inspirado na Divina Comédia de Dante Alighieri, obra do século XIV. Cabeças de animais selvagens como Leões e lobos, desenvolvidas inicialmente por outros dispositivos digitais onde o design gráfico e a impressão 3D se comunicam, e que de tão realistas após acabamentos de pelúcia, levantaram suspeitas e má interpretação da mensagem final passada pelo estilista Daniel Roseberry que hoje representa a marca, e que soube manter o conceito de surrealismo até então, sempre presente na essência da grife de luxo. Mas, esta história vale um outro post!

É importante dizer que a realidade virtual, assim como as tecnologias que advém dos diversos dispositivos digitais, traduzem um caminho que se abre intensamente para experiências variadas na atualidade no que diz respeito às realidades de tecnologias vestíveis, até que fiquem despercebidas e passem a fazer parte do cotidiano de nossas vidas.

E você, o que acha desta possibilidade em estarmos tão próximos desta tecnologia? Isso lhe assusta, ou lhe traz certa tranquilidade? Estamos vivendo um momento do faz de conta? Então, nada é o que parece ser? Vale a reflexão!

Até breve com mais um assunto sobre Cultura de Moda e Design!

Imagem: Montagem em divulgação das marcas Fendi e Chilli Beans junto a tecnologia Metaverso.

 

Fabiana Alvim Ballesteros.
Designer de Moda, Joias e Designer Têxtil

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