Em 2011, fui convidada para contribuir e participar na primeira edição do livro Olhares contemporâneos: comunicação, moda e cinema, editora Ius, organizado pelos professores dos setores das artes, marketing e do design, Professor Aldo Clécius Neris da Silva e Professor Flavio Alves Janones, pela faculdade UNA/BH, onde também lecionei para o curso de Moda durante oito anos, trazendo uma análise entre a Arte Naïf e sua relação com a Moda, já abordada por mim anteriormente em meu projeto de Pós-graduação em Designer de Moda para a FUMEC, também na cidade de Belo Horizonte.
No que diz respeito a este estudo, gostaria de deixar aqui uma breve passagem da obra à título de aguçar a curiosidade de meus ex-alunos do Design e também das pessoas que se interessam pelo assunto desta pesquisa unindo os dois mundos criativos.
Neste contexto início o artigo com informações sobre o significado da Arte Naïf (palavra francesa que designa o ingênuo, o simples, a candura, e até mesmo o folclórico) enquanto a sua singeleza ao imprimir registros de arte tão lúdica e bela a qual me levou a uma analogia sobre criações de Moda contemporânea que poderiam trazer com isto um novo olhar em suas criações e coleções de moda com este DNA lúdico, por certos estilistas brasileiros indicados na pesquisa, como: Ronaldo Fraga, Marcelo Sommer, Isabela Capeto e coleções das marcas: A Colecionadora, Melissa, Água de côco, dentre outras que também utilizaram do mesmo enfoque lúdico.
Esta observação se estende a nível internacional, como podemos perceber nas criações da estilista e empresaria espanhola Ágatha Ruiz de la Prada, porém, me ative mais nas pesquisas que envolviam minha terra Natal Brasil.
Nas marcas escolhidas os elementos que podem melhor exemplificar este tipo de arte estão ligados tanto ao artesanato têxtil, ou, de cestarias, por exemplo, onde a simplicidade da natureza pode ser “impressa” e ou aplicada sobre lindos bordados, quanto ás formas lúdicas do universo infantil, como grandes cabeças de ursos de pelúcia fofos, que viram saias engraçadas também!
Tenho pra mim que a Arte Naïf, transportou-se para a Moda a partir do momento em que artistas e estilistas de moda se conectaram para criar algo especialmente único e divertido (seja em museus ou na passarela), e que nos fizesse perceber o fenômeno desta arte ingênua, de irresistível empatia, também no vestuário, nos aproximando mais motivados de um público maior. Podemos então, entender que, o mundo contemporâneo está em busca do lúdico no séc. XXI? Nossa moda ao utilizar esta arte responde a esta busca em questão? Fica aqui a minha sugestão para reflexão!
É interessante saber que as obras Naïf tiveram sua aparição no Brasil, por volta da década de 1960 e que trazem em seu contexto esta singeleza observada no universo infantil, onde a percepção da composição do desenho não necessita das proporções áureas de um desenho clássico. E que talvez por isto teve grande dificuldade para ser aceita pelo cenário das Belas Artes, naquele período.
Termino este breve relato com uma frase que gosto muito de repetir, sobre a historiadora e editora Florence Müller, que diz assim:
“Existe uma arte que fala de Moda e, uma moda que faz Arte!”
Nas imagens em composição seguem alguns registros do estilista Ronaldo Fraga, Marcelo Sommer e, o artista Naïf Heitor dos Prazeres.

Cenário lúdico para o desfile de Ronaldo Fraga_ A cobra Ri, em 2006

O universo lúdico de Marcelo Sommer
A obra Olhares contemporâneos: comunicação, moda e cinema pode ser encontrada em sites como Mercado Livre, Livraria Saraiva e Estante Virtual e tem outros trabalhos de assuntos igualmente interessantes, porém distintos e interligados em suas origens midiáticas, como este que lhes conto agora.

Obra Naïf_Roda de Peteca de Heitor dos Prazeres
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Maiores informações no site do museu de Arte Naïf na Cidade do Rio de Janeiro.
Até breve em mais um assunto sobre Cultura de designer e Arte!
Fabiana Alvim Ballesteros.
Designer de Moda, Joias e Designer Têxtil
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